
Jônia (ao centro), 47 anos, voltou ao balé depois de descobrir uma artrose.
Há menos de uma década, poucas escolas de balé clássico aceitavam alunos iniciantes com mais de 10 anos de idade. O senso comum recomendava que, para alcançar uma alta performance, era preciso começar aos 5 anos. Mas isso gerou, em muitos casos, uma fuga das sapatilhas. Quem começava cedo desistia por não suportar a disciplina do treinamento.
E os que sonhavam com a dança, mas não haviam feito aulas na infância, acreditavam ser tarde para começar.

Uma aula para adultos no Ballet Stagium
Com o objetivo de democratizar o balé - e garantir a sobrevivência da arte no País - escolas de dança ampliaram o acesso ao clássico. A cada ano, novas turmas para adultos iniciantes são criadas. "Os professores desmistificaram o rigor no treinamento e tornaram a dança mais prazerosa. A técnica clássica não é alterada, mas cada aluno trabalha de acordo com as suas possibilidades", explica Jean-Marie Dubrul, professor da academia Sauer Danças, no Rio de Janeiro. Ex-coreógrafo do corpo de baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Dubrul é um dos precursores no ensino de balé para adultos no País. Entre as suas alunas mais assíduas, estão as atrizes Alinne Moraes, Letícia Spiller, Paula Burlamaqui e Carolina Dieckmann, que descobriram o poder da prática no condicionamento físico.
Mas não só as globais perceberam os benefícios da dança. Há um mês, a psicóloga Cláudia Greco, 41 anos, começou a freqüentar as aulas da Sala Crisantempo, em São Paulo, e já sente os resultados. "O corpo fica mais flexível e ajuda na postura", afirma Cláudia, que não consegue ser assídua nas academias de ginástica. "Detesto malhação. Já tentei três vezes, mas nunca dá certo. No balé é diferente. A gente se exercita ouvindo música clássica. É maravilhoso", diz. A pedagoga Lucy Visani, 71 anos, dança desde os 15 anos, apenas pelo prazer. "As pessoas não acreditam que eu ainda faça aulas, um preconceito tipicamente brasileiro. Quando viajo para Paris e Nova York, freqüento cursos com gente de todas as idades", conta a aluna do Ballet Stagium, em São Paulo. As turmas reúnem iniciantes e ex-alunos. Segundo os professores, a heterogeneidade não compromete o desempenho. "O fundamental é fazer o movimento com consciência. Não existe essa coisa de ter que acertar ou fazer igual ao outro", comenta Beth Bastos, professora da Sala Crisantempo.
Mas não só as globais perceberam os benefícios da dança. Há um mês, a psicóloga Cláudia Greco, 41 anos, começou a freqüentar as aulas da Sala Crisantempo, em São Paulo, e já sente os resultados. "O corpo fica mais flexível e ajuda na postura", afirma Cláudia, que não consegue ser assídua nas academias de ginástica. "Detesto malhação. Já tentei três vezes, mas nunca dá certo. No balé é diferente. A gente se exercita ouvindo música clássica. É maravilhoso", diz. A pedagoga Lucy Visani, 71 anos, dança desde os 15 anos, apenas pelo prazer. "As pessoas não acreditam que eu ainda faça aulas, um preconceito tipicamente brasileiro. Quando viajo para Paris e Nova York, freqüento cursos com gente de todas as idades", conta a aluna do Ballet Stagium, em São Paulo. As turmas reúnem iniciantes e ex-alunos. Segundo os professores, a heterogeneidade não compromete o desempenho. "O fundamental é fazer o movimento com consciência. Não existe essa coisa de ter que acertar ou fazer igual ao outro", comenta Beth Bastos, professora da Sala Crisantempo.

O balé também tem seus trunfos sobre a saúde. A artista plástica Jônia Guimarães, 47 anos, caiu na dança após uma crise de artrose. "O clássico de hoje trabalha a consciência corporal no aluno. Aprendemos a lidar com os ossos e músculos do nosso corpo", afirma. O benefício é comprovado pela ciência. Pesquisa recente divulgada pela Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, revela que o balé condiciona melhor o corpo que a natação, a campeã do título "o esporte mais completo do mundo". De acordo com os dados, os bailarinos ganham dos nadadores na rapidez dos reflexos, flexibilidade, salto, percentagem de gordura e equilíbrio corporal e psicológico. O benefício para a mente é certo. "É uma ótima maneira de trabalhar a auto-estima da pessoa, ensiná-la a se soltar. Na dança, o desprendimento é mais importante que a técnica", aposta a professora Geralda Bezerra de Araújo, 70 anos, do Ballet Stagium, que elabora o livro O sol nasce para todos, em que reúne histórias de bailarinos que provam que nunca é tarde para dançar.
Fonte: Revista Istoé, de 24/12/2008
3 comentários:
Esta materia é o eu queria ler a muito tempo, pois nunca acreditei, que uma bailarina deveria dançar somente pela técnica mas acima de tudo pelo prazer de dançar.
Sempre tive muita vontade de fazer balé mas sempre pensei q havia passado do tempo e fiquei muito feliz em saber q pro balé não tem idade nem precisa de técnica. Acho q apenas o prazer de realizar o sonho de dançar balé me faria muito feliz.
oi meu nome fabíola e fiz balé quando pequena mais minha mae nao tinha condiçoes de pagar,hoje tenho umu irma de 12 anos e ala é bailarina.Agora vendo ela se apresentar sentir uma enorme vontade de dançar bale tambem,mais tenho 26 anos e fico pensando se tarde de mais?só que vendo que bale nao tem idade agora vou procurar a escola de bale e realisar o meu sonho.Obrigada por ter aberto novas turmas para adultos............
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